Por: Alysson Paullineli
Há quem diga que para produzir leite basta adquirir uma boa matriz leiteira. Hoje, com altos custos de produção vemos que não é bem assim que funciona. O ideal seria ter animais conforme a propriedade e o manejo comportam.
Sendo assim observamos na propriedade:
– Tipos de solo e sua fertilidade
Em terrenos mais acidentados ou com umidade alta, reduzir animais rústicos com cascos fortes. Caso tenhamos solos férteis podemos pensar em pastejo rotacionados e lavouras produtivas onde teríamos uma alta capacidade de suporte de animais por área e, por consequência, mais produtiva.
– Recursos hídricos
Propriedades com capacidade de irrigação baixam custos com pastejo irrigado e aumento de produção de silagem por área.
Pensando no sistema de produção temos:
– Extensivo
Com grandes áreas e baixo ou nenhum investimento. Sistema que comporta vacas com alto grau de sangue zebu, com baixa produção e na maioria das vezes a ordenha diária alimentação baseada a pasto e uso de proteinados.
– Semi intensivo
Já com alguma tecnologia seja em adubação de pastagem ou produção de volumoso de melhor qualidade e com maior oferta aos animais. Já observamos uma genética melhor nas vacas já com sangue girolando (5/8, 3/4) além Jersey e Jersolando sendo mais produtivos.
– Intensivo
Seja com pastos piqueteados com adubação onde temos alta capacidade de suporte por área ou nos casos de composto de barn e free stall onde temos um número grande de animais por área e de genética mais pura, como holandês e a Jersey, alcançando médias por animais acima de 25 a 30 L de leite por dia. Em pequenas áreas uma alta produção.
Manejo de ordenha e arraçoamento.
Vacas mais produtiva e com genética superior, requerem no mínimo duas ordenhas diárias devido ao volume de leite produzido e o risco de mastites. Além de serem fornecidos a estes animais ração para produção de leite. Lembrando que vacas mais produtiva necessitam de ração para leite na proporção de 1 kg de ração/ 3 litros de leite produzidos, isso o ano todo.
Manejo reprodutivo
Observação de cio, monta controlada utilizando touros melhoradores e inseminação artificial são técnicas que o produtor não pode abrir mão. Ter no mínimo 70 a 75% das fêmeas em idade reprodutiva no curral baixa custos de produção e aumento o leite produzido na fazenda diariamente. Lembre-se, a vaca parida é quem paga a conta!
Mão de obra
Fator importante no meio de produção. Com a tecnificação e altos investimentos na propriedade, a mão de obra não pode ficar a quem disse. O colaborador deve estar devidamente treinado para executar suas tarefas diárias, seja no manuseio de máquinas ou no trato com animais. Mão de obra ineficaz e mal remunerada é um convite a sua propriedade leiteira fechar as portas.
Produtor, produzir leite não é difícil. Observe o que tem em suas mãos e, a partir daí, monte seu projeto. Outras propriedades e formas de produzir leite não são para serem copiadas, mas tirar lições positivas e negativas de como transformar sua propriedade rural numa fazenda de leite.